Criada em 1900, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promove a saúde, gera conhecimento científico e tecnológico e atua como agente da cidadania. Vinculada ao Ministério da Saúde, a instituição articula políticas sociais a um modelo de desenvolvimento que visa assegurar o fortalecimento e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo mais acesso da população à saúde. Reconhecida por sua competência na formulação de estratégias, oferta de produtos, atividades científicas e de ensino, a Fiocruz cumpre um papel vital para o desenvolvimento nacional. Todas estas conquistas são fruto da atuação de quase 13 mil profissionais, comprometidos com o constante aprimoramento da rede pública de saúde.
Sua sede, assim como a maioria de suas unidades, fica no Rio de Janeiro, em um campus de 800 mil m². No entanto, a Fundação possui unidades regionais e escritórios de representação em 11 estados. Também possui, em Maputo, capital de Moçambique, um escritório para articular, acompanhar e avaliar os programas de cooperação em saúde desenvolvidos com países africanos.
Bio-Manguinhos é uma das 16 unidades técnico-científicas da Fiocruz. Em 2019, entregou ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) 109 milhões de doses de vacinas. Além disso, foram fornecidos 1,9 milhões de frascos de biofármacos e 6,5 milhões de reativos para diagnóstico para outros órgãos do Ministério da Saúde. Desde 2001, com a pré-qualificação da vacina febre amarela pela Organização Mundial de Saúde (OMS), atua no mercado público internacional através do excedente de sua produção para o SUS e já forneceu a vacina para 75 países. Fruto de sua carteira de projetos e desenvolvimento tecnológico, o portfólio de Bio-Manguinhos é composto por 49 produtos: 11 vacinas, 10 biofármacos e 28 kits de reativos para diagnóstico.
Bio-Manguinhos é uma instituição em constante crescimento e transformação. Nos últimos anos, este movimento se intensificou. A unidade vem ampliando sua infraestrutura e vai operar uma nova planta no Distrito Industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro: o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS). Com o objetivo de ampliar a oferta de vacinas e biofármacos para os programas públicos de saúde, o campus abrigará o Novo Centro de Processamento Final (NCPFI), assim como áreas dedicadas à garantia e controle da qualidade. O empreendimento vai aumentar as possibilidades de parcerias para desenvolvimento tecnológico e a competitividade do Brasil no setor de biotecnologia. Além disso, alinhado à política de desconcentração do desenvolvimento tecnológico e à expansão nacional da Fiocruz, está sendo implantando um novo campus no Ceará, localizado no Polo Tecnológico Industrial da Saúde (PTIS), no município de Eusébio. Bio implantará uma nova unidade no local, sendo a primeira planta industrial do Instituto fora do estado do Rio. A área será dedicada a tecnologias baseadas em plataforma vegetal.
Desde o surgimento do novo coronavírus (SARS-CoV-2), Bio-Manguinhos/Fiocruz vem atuando para oferecer soluções à população brasileira para o enfrentamento da emergência sanitária, fazendo parte das diversas frentes nacionais e internacionais de busca e produção de vacina contra a Covid-19. A Fundação se empenha para manter os esforços nesse campo, em conjunto com o Ministério da Saúde (MS), reforçando a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro como a base de sustentação do desenvolvimento, da produção e distribuição nacional de vacinas para a enfermidade. A principal aposta é um acordo com a biofarmacêutica AstraZeneca para produção, no Brasil, da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford. O acordo prevê entregas de doses a partir do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS. Em 8 de março de 2021 foi anunciado o início da produção em larga escala da vacina Covid-19 e, desde então, são realizadas entregas regulares do imunizante ao PNI.
Com a assinatura do contrato de transferência de tecnologia, foi possível que Bio-Manguinhos passasse a produzir também o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) inteiramente em território brasileiro. Em janeiro deste ano, a Fiocruz recebeu parecer favorável da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para alteração no registro da vacina Covid-19 (recombinante), que solicitou a inclusão da Fundação também como produtora do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Após a transferência de tecnologia da AstraZeneca e com o deferimento da Anvisa, a Fundação passa a ser a primeira instituição do país capacitada a produzir e distribuir uma vacina Covid-19 100% nacional ao Ministério da Saúde.